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O impacto do manejo nutricional na produção de leite

Atualizado: 28 de ago. de 2018


 


Autor: Beatriz Minozzi


A expressão de todo o potencial de produção de uma vaca depende de diversos fatores, entre eles, o manejo nutricional,que é responsável por mais da metade do aumento anual na produção de leite por vaca, sendo, talvez, o maior problema em questões de baixa produtividade de leite.


Isso ocorre porque vacas com problemas metabólicos produzem menos leite e têm mais problemas reprodutivos, acarretando em um menor retorno econômico. Além disso, as vacas são submetidas a estacionalidade da produção forrageira, sendo que na época seca do ano, se não suplementadas adequadamente, perdem peso por consumirem suas reservas corporais para se manterem vivas, e no período das águas produzem mais leite .


As vacas têm características individuais, o que significa que há uma extensa variabilidade na curva de lactação, e cada animal necessita de uma dieta balanceada de acordo com as diferentes demandas nutricionais. Muitos produtores, no entanto, não levam este fator em conta, mantendo uma dieta única para todos os animais em lactação, o que simplifica as tarefas, mas pode levar a superalimentação e ganho de peso excessivo em animais menos produtivos, declinando o potencial máximo de produção. Além disso, seria utilizada maior quantidade de alimento por kg de leite produzido, aumentando significativamente o custo alimentar, que por si só já é a maior parcela dos custos na produção (30 a 50% em sistemas de pastejo e mais de 60% em sistemas com forragens e concentrados).


Neste sentido, agrupamentos bem feitos podem ser uma maneira eficaz de reduzir o custo alimentar na atividade leiteira, sendo que tamanho e o número de grupos dependem, principalmente, do espaço disponível no cocho, ou seja, do comprimento do cocho, do tempo de acesso ao alimento e do sistema alimentar.


Para isso, é importante ter em mente que o manejo nutricional de uma vaca se divide em duas macro fases principalmente, sendo elas o período seco e o período pós-parto. Essas duas fases têm demandas nutricionais específicas e diferentes, levando-se em conta a fisiologia dos animais, os processos que se desencadeiam em cada período e o ambiente que é proporcionado.


O período seco deve ser dividido em duas fases:

- Da secagem até 21 dias antes do parto, sendo essa a fase de descanso do rúmen, cascos e glândula mamária.

- De 21 dias até o parto, sendo a fase de preparação para uma nova lactação;


Já o período pós-parto deve ser dividido em três fases:

- 0 a 70 dias em lactação: época em que a produção de leite aumenta mais rápido que o consumo de alimentos e com isso a vaca mobiliza reservas corporais e perde peso.

Se a dieta não estiver adequada pode ocorrer queda na produção, excessiva perda de peso e aumentam os riscos de cetose. Além disso, o uso excessivo de concentrados pode levar a: acidose ruminal, torção de abomaso, queda na percentagem de gordura do leite e depressão no consumo de alimentos.


- 70 a 140 dias em lactação: fase de consumo máximo de matéria seca, para manter o pico de produção o maior tempo possível e ficar gestante. É a época em que a vaca para de mobilizar reservas corporais.


- 140 a 305 dias em lactação: época em que tanto a produção de leite quanto o consumo de alimentos reduzem.


Isso quer dizer que um manejo adequado do rebanho trará como resultado o equilíbrio na condição corporal, uma melhora da produtividade, uma melhor eficiência reprodutiva e, conseqüentemente, uma redução do custo de produção.



FONTE:

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