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As fake news da carne de porco

Por: Enzo Jurkas

 


Quem nunca ouviu dizer que carne de porco faz mal à saúde? Seja por supostamente ser muito gordurosa ou conter altos níveis de colesterol, a verdade é que a maioria de nós já ouviu alguma história - algumas bem assustadoras - sobre o assunto. Pensando nisso, a EJAV decidiu desmistificar as 3 maiores fakes news a respeito da carne suína.


🥇 “A carne de porco faz mal para a saúde”

Parte dessa crença vem da cisticercose e teníase, doenças causadas pela ingestão de carne suína contaminada com o parasita Taenia solium.

Contudo, hoje em dia o sistema de produção é muito higiênico e os suínos não têm contato com as fezes dos humanos e consomem apenas água tratada e alimentação balanceada. Então, ao comprar a carne com o Selo de Inspeção Federal, é garantido que ocorreu inspeção no frigorífico, além de ser conhecida sua origem e sua rastreabilidade. Além disso, o cozimento da carne em temperaturas adequadas evita muito a transmissão de doenças parasitárias.

Para colocar um ponto final nessa história, o governo do estado do Rio Grande do Sul realizou um estudo nos anos 2000 que avaliou a incidência de cisticercose por espécie animal no Brasil em animais abatidos e submetidos à inspeção federal de alimentos. Esse estudo concluiu que os suínos não são uma fonte de contaminação relevante para os humanos.


🥈 “A carne de porco tem muita gordura e muito colesterol”

Sabemos que, através do melhoramento genético das raças suínas utilizadas na produção industrial, houve uma redução de 35% da quantidade de gordura na carne de porco. E como sabemos disso? Em 1960, a carne magra dos porcos variava entre 45% e 46%, com 5 a 10 cm de toucinho. Já em 2021, com a seleção de animais com características desejadas, os porcos possuem de 58% a 60% de carne magra, com 0,8 a 1,2 cm de toucinho (Roppa, 1997). Já em relação ao colesterol, a carne suína possui em média menos colesterol do que a carne do peito de frango (Silva, 2004).

Essa redução é vista com o lombo cozido, que no período de 1963 a 1994 ocorreu a perda de 82,2% de gordura para 100g de carne e redução de 54,7% da quantidade de calorias para 100g de carne.


🥉 “A carne de porco não é saudável”

A carne suína é uma excelente fonte de vitaminas (B1,B6,B12) e minerais (Cálcio, Fósforo, Zinco, Potássio e Ferro) segundo a Food Struck. Por seu alto teor de potássio e baixo teor de sódio, a carne suína é a mais indicada para as pessoas que têm alta pressão arterial (Roppa, Nutrient Data Laboratory, 1998). Ela também possui alto valor biológico, devido ao seu aporte de aminoácidos essenciais em proporções favoráveis para permitir a síntese de proteínas no organismo e quase todos os nutrientes são absorvidos e utilizados pelo corpo humano (ABIPECS).


Suínos X Bovinos

Em relação a quantidade de minerais, a carne bovina contém mais ferro, zinco e cobre, porém a carne suína tem mais potássio, magnésio, fósforo e menos sódio que a carne de vaca.

Já em relação às vitaminas, a carne de porco é mais rica em B1, B2 e vitamina E. Somado a isso, a vitamina D é presente na carne de porco enquanto é ausente na carne de vaca. A carne bovina, por outro lado, é mais rica em vitamina B12.


Suínos X Frangos

E em relação à carne de frango, a carne suína continua tendo maior proporção de minerais. Apesar da carne frango conter bastante ferro e manganês, a carne de porco é evidentemente mais rica em potássio, fósforo, cálcio, zinco, magnésio, selênio e cobre.

Em relação às vitaminas, a carne de frango é mais rica em vitaminas A, B3 e B5 e possui a vitamina K (ausente na carne de porco). Por outro lado, a carne de porco é um pouco mais rica e possui mais vitaminas B1, B2, B12, B6 e vitaminas E. Também contém vitaminas C e D, as quais estão ausentes na carne de frango.


E por fim…

Concluímos que a carne de porco é uma fonte de vitaminas e minerais saudável, desde que inspecionada por órgãos competentes e preparada de modo correto. Agora você já pode comer aquele pernil no Natal ou aquela costelinha no churrasco com a consciência leve!


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Fontes

  1. FALLEIROS, Francine Taniguchi; MIGUEL, Willian Corrêa; GAMEIRO, Augusto Hauber. A desinformação como obstáculo ao consumo da carne suína in natura. Anais.. Brasília: Sober, 2008.

  2. http://www.asemg.com.br/mitos-e-fatos-sobre-a-carne-suina/

  3. https://foodstruct.com/compare/pork-vs-beef

  4. https://foodstruct.com/compare/pork-vs-chicken-meat

  5. ROPPA, L. Suínos: mitos e verdades. Suinocultura Industrial, v.127, p. 10-27. 1997.

  6. Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul,2000

  7. SOUZA, R.A. et al. As tendências de mercado da carne suína. PUBVET, Londrina, V. 5, N. 25, Ed. 172, Art. 1163, 2011.

  8. USDA (Depto de Agricultura dos Est.Unidos)




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